
Sem a prioridade focada no cidadão não há modelo de gestão pública que funcione. Isso é básico, simples e objetivo e, ao mesmo tempo, o que menos se faz no Brasil. A conclusão foi do . Cesar José de Campos, coordenador geral do Programa Delegacia Legal do governo do Estado do Rio de Janeiro, após pesquisa de benchmarking do World Economic Forum apresentada pelo . José Antônio Campos Chaves, professor e sócio da Ecotrade Consultores. O debate ocorreu no “Modelos de gestão pública para o Brasil”, mediado pelo presidente do CFA, . Wagner Siqueira, na manhã desta sexta-feira (27), no XV Fórum Internacional de istração (FIA 2017), em Gramado (RS).
O . Siqueira introduziu a temática destacando a importância da sinergia entre instituições e atitudes. “Não há modelos de gestão que considerem as instituições em sinergia com os costumes. Se não tiver terreno fértil, os maus costumes e as más instituições acabam se mantendo como estão. Precisamos mexer nisso”, enfatizou. Para subsidiar o debate, o . Chaves apresentou uma pesquisa de benchmarking do World Economic Forum, com indicadores de alto nível comparativos entre diferentes países do mundo. O Brasil, em 2012, ocupava a 48ª posição no ranking global de competitividade, já esse ano caiu para o 80º lugar frente a 140 países. O trouxe ainda dados referentes à ética e corrupção, no qual o país ocupa a 134º posição; informações sobre desperdícios na realização dos gastos públicos, ficando o Brasil na 133º lugar; e sobre transparência na definição de políticas públicas, na 127ª colocação. A pesquisa mostrou ainda que os brasileiros ocupam ‘posições desonrosas’, como definiu o . Chaves, em temas como impacto dos custos do crime e violência, qualidade da educação, incentivos à exportação, carga tributária, barreiras comerciais e incentivos ao trabalhador.
Outra informação importante a ser observada diz respeito ao mau posicionamento do equilíbrio orçamentário federal. Em 2015, o orçamento da União a serviço da dívida era de 42,4%, hoje, conforme projeção, deverá chegar a 50,7%. De acordo o palestrante, esse dado é ainda mais agravante se levarmos em consideração que o Brasil, em 7º lugar no PIB mundial, está trabalhando para destinar a metade da geração da sua riqueza para a pagar dívidas. “Esse é um momento trágico. Se queremos resolver essa questão, é preciso investir muito na educação fundamental. Entendo isso como fator chave para a emancipação das pessoas e dos costumes”, disse.
Para o . Campos, é fundamental colocar esses recursos da União nas mãos de estados e municípios. “Só assim poderemos estimular novas lideranças e interesses”, enfatizou. Ao apresentar sua atuação da área da segurança pública, o destacou o respeito à cidadania como essencial em um modelo de gestão pública, pontuando o papel do profissional da istração nesse cenário. “Nós, es, somos os únicos profissionais com obrigação de fazer uma leitura diferenciada dos sistemas de gestão, levando em conta a responsabilidade ética e a cidadania”, afirmou, citando alguns princípios orientadores a modelos de gestão: foco no cidadão; múltiplos meios de o; uso de tecnologia; transparência/; integração de serviços e efetividade.