Cidades inteligentes: é preciso repensar os espaços públicos 18/11/2016 3t5o3q

Cidades inteligentes: é preciso repensar os espaços públicos
Com a era tecnológica veio também a necessidade de repensar os espaços urbanos. As chamadas cidades inteligentes são aquelas que conseguem se desenvolver economicamente e ao mesmo tempo aumentar a qualidade de vida dos cidadãos, gerando oportunidades e facilidades diárias. O assunto foi tema da conferência “Cidades Inteligentes: carros autônomos, mobilidade urbana”, com a coordenadora do programa Cartagena Cómo Vamos, Maria Claudia Peña, que abriu o segundo dia do XII Congresso Mundial de istração, em Cartagena de Índias, na Colômbia. 
 
A palestrante explica que as cidades impulsionam o desenvolvimento dos países, pois concentram maior densidade urbana. “É preciso ter um quadro de planejamento urbano, se não temos uma organização, o desenvolvimento dos municípios são prejudicados. As cidades inteligentes são locais sustentáveis que utilizam a tecnologia para seu progresso, incluindo processos e planos colaborativos”, explicou, acrescentando que isto é uma necessidade de Cartagena. 
 
O programa Cartagena Cómo Vamos, coordenado pela palestrante, teve como inspiração o programa Bogotá Cómo Vamos (BCV) que iniciou em 1998, sete anos depois, um grupo se reuniu para implantar o projeto em Cartagena com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. “Colocamos as pessoas como produtoras de informações constantes. Uma cidade inteligente responde mais rapidamente as necessidades e desafios urbanos”, apontou. 
 
Maria Claudia questionou o público sobre quantos tem telefone com conexão com a internet: “Qual a diferença desse telefone do que aquele que tínhamos há dez anos? Hoje ele pensa por nós. A cidade do futuro é a mesma coisa, pois tem a responsabilidade de cumprir com as necessidades do cidadão de forma sustentável”, disse, explicando que é um ciclo: conectar a cidade com o cidadão, a cidade com o empresário e o empresário com o cidadão. 
 
Ainda, a tecnologia promove diversas facilidades, evitando crimes, gerando ambiente de inovação, melhores serviços, espaços mais seguros, redução do desemprego e geração de empresas. “Em Cartagena, por exemplo, 80% da população vive na parte pobre da cidade. Se não aprendermos fazer o uso sustentável dos recursos, não estaremos aqui daqui alguns anos. A cidade sustentável não é uma opção, é uma demanda para que continuemos vivendo”, afirmou, lembrando que o Brasil é pioneiro nos centros integrados de operação e controle. “São muitas câmeras que existem no Rio de Janeiro e isso auxilia não apenas na área de segurança, mas também na busca de informações sobre as vias que uma ambulância deve transitar para não pegar trânsito.” 
 
De acordo com a palestrante, em 2020, 605 milhões de todos os celulares serão inteligentes. “As cidades inteligentes precisam de cidadãos inteligentes e conectados, que produzem e consomem informação, além de oferecer conteúdos para alimentar a base de dados”, analisou. Para que isso seja possível é preciso de sensores instalados em locais públicos, a partir disso serão gerados dados que são transformados em informações e assim será possível organizar, antecipar e prever inúmeros problemas urbanos e tomar decisões para isso. “Só pode ser istrado aquilo que pode ser medido, da mesma forma, só pode ser melhorado o que pode ser medido. É como uma receita de bolo, os dados são os ingredientes, se misturarmos teremos algo aproveitável. É preciso gerar conhecimento, utilizando da tecnologia e contando com parcerias de governos e órgãos públicos”, finalizou.