
Câmara de Gestão Pública 3h546e
Sistema Político na Alemanha; Sistema de Ensino na Alemanha; Governança Pública, Gestão de Pessoal no Setor Público; Orçamento Público e Gestão do Meio Ambiente. Esses foram os temas tratados durante o 1° Seminário Internacional de Gestão Pública (SEIGESP) promovido pelo CRA-RS em conjunto com a DEULA/Brasil e a DEULA/Nienburg.
A primeira palestra tratou sobre o meio ambiente e mostrou que a Alemanha possui os quatro modelos de energia: eólica, solar, biogás e geotérmica. Além disso, 88% dá energia consumida é de fontes renováveis no país, já que o governo federal incentiva a adoção desse tipo de energia com descontos no Imposto de Renda. No país tudo é voltado para diminuir o custo da energia, pois há uma preocupação muito grande em relação à preservação ambiental, tanto nas casas, como nos prédios de governo e empresas privadas. De acordo com os participantes, a comunidade se empenha para utilizar transporte comunitário, e também há incentivo ao transporte alternativo. Muitas organizações disponibilizam bicicletas elétricas para seus funcionários.
Ainda, o Seminário discorreu sobre o tema corrupção, que foi divido em tópicos pelo palestrante Dr. Gerd Wesselmann. Incialmente foi abordada a questão do orçamento público, onde o planejamento para o ano seguinte é fechado entre setembro e outubro do ano anterior, o que torna difícil fazer uma previsão exata, uma vez que ela não pode ser fora do padrão estabelecido. Já na iniciativa privada o orçamento é realizado entre janeiro e fevereiro, muito mais próximo dá realidade.
Em relação à istração Pública, ela deve ser controlada pela receita e pela despesa, ou seja, é preciso haver um equilíbrio da entrada e da saída de recursos. Além disso, o planejamento de obras públicas deve ser completo para não dar margem ao aumento de custos, que podem ensejar a corrupção. Na Alemanha os orçamentos já contabilizam os impostos e caso os projetos não sejam terminados, os valores são transferidos para o próximo ano.
Wesselmann salientou também que o valor monetário dá Alemanha é de 1,5 trilhão de Euros e disse que a corrupção media situa-se entre 10 a 15% desse patrimônio, algo em torno de 150 bilhões de Euros são destinados à corrupção. No entanto, os corruptos são severa e agilmente punidos. Ele explicou que há uma luta muito forte contra esses desvirtuamentos e a principal “arma” é a transparência. As instituições devem fazer valer a transparência e o segundo ponto são as penalidades altas e céleres. O terceiro diz respeito a sociedade, que deve denunciar. Uma frase cunhada na Alemanha é "onde não tem queixa não haverá o Juiz".
Nos órgãos públicos há regras definidas e projetos anticorrupção já estabelecidos. Da mesma forma acontece nas empresas privadas. Os gestores devem se capacitar para não serem corrompidos. Toda a grande empresa, com mais de 200 empregados, aplica a Compliance para o treinamento de seus funcionários e, finalmente, a facilitação do uso da transparência pela sociedade.
Escola da DEULA: o valor da qualificação
Durante o Seminário de Gestão, o grupo realizou uma visita guiada na Escola da DEULA,
que utiliza o sistema dual de ensino, aliando a teoria à prática.. No local, os alemães aprendem um pouco mais sobre a mecânica de máquinas agrícolas, além de outros práticas como o acabamento no interior das estradas e ruas.
De acordo com o guia da DEULA, também são oferecidas qualificações especiais, como custos para soldadores de navios ou até mesmo na área de mecânica industrial. No espaço também há um prédio chamado Folha, em que é totalmente sustentável: o teto é constituído por grama e as paredes de lã de ovelha. O aquecimento da estrutura é geotérmico, ou seja, a energia traz o calor do solo com até 100 metros de profundidade.
Há muitas pessoas que trabalham no campo a vida toda, porém quando chegam nos 40 anos elas não têm mais condições físicas. A Escola da Deula oferece qualificação para eles arranjarem um novo emprego. Um verdadeiro exemplo para o Brasil.